domingo, 19 de dezembro de 2010

Forças Invisíveis de Fim de Ano

Nostalgia e felicidade. Algo que me cerca e preenche de uma forma que não sei explicar. Uma sensação otimista, que resiste aos exames de faculdade, ao mau tempo, ao acordar cedo e à consciência de que pode haver problemas ano que vem... tanto os previstos, como a possível (para não dizer provável) repetência de algumas disciplinas, as saudades da família (a quinze horas daqui, mas eternos moradores de meu universo inconsciente, de pensamentos e sonhos) e as incertezas e adversidades. Mas há uma esperança, uma idéia persistente de que, de algum modo, a humanidade evolui. Talvez seja porque no fim do ano fica evidente que muito tempo se passou. Aparentemente, essas impressões não são só minhas, mas da maioria das pessoas que conheço.
Mais acontecimentos e dias são adicionados à linha do tempo de cada um. Fotos batidas no começo do ano parecem ser de pessoas tão mais jovens, inocentes. Conquistas, decepções, discussões e situações que nos fizeram mais experientes, de algum modo. Uma experiência cuja utilidade é discutível. Afinal, nada se repete. Nada ocorre exatamente do mesmo jeito, com as mesmas pessoas. É impossível saber se, agindo de forma diferente da anterior em situação semelhante, estamos mesmo errando menos.
O fato é que, estando mais velhos, certamente cumprimos mais uma etapa de nossa jornada. Evoluimos, ainda que muito pouco, e tivemos mais tempo de adaptação a essa realidade tão mutável que vivemos. E comemoramos, mesmo sem perceber. Ficamos felizes por saber que diminuimos mais um pouco nosso expediente e ao mesmo tempo, que mais um ano permanecemos vivos. A satisfação nos faz mais gentis. Férias mais próximas tornam mais informal o ambiente de trabalho ou estudos. Há uma sensação de dever cumprido e a certeza de que o merecido descanso está por vir.
"Gentileza gera gentileza". Tornamos mais leves tarefas simples e a convivência de outras pessoas conosco. E emanando felicidade e gentileza, querendo também preservar a idéia de "missão cumprida", sentimo-nos estimulados a continuar gentis. Surgem então campanhas e demonstrações de solidariedade, com a participação de inúmeros voluntários e assistidos. Presentes, boas ações e sorrisos são fartamente distribuídos e tudo parece fluir com mais clareza, motivo e eficiência no fim do ano. E como quem realizou os doze trabalhos de Hércules, chegamos ao décimo segundo mês do ano com o desejo de aproveitar nas férias as coisas mais simples, que não tivemos tempo para fazer. Pode-se então desfrutar de finanças acumuladas e do conforto gerado por estas e pelo tempo livre. Saco cheio? Só se for de presentes. Mais cabelos brancos e talvez alguns quilos acumulados. O calor humano nos aquece como uma lareira, derretendo em parte a neve que cobre os olhos ou o coração de uma sociedade. Um sentimento de paz nos preenche e somos quase capazes de flutuar. A gentileza inspira a distribuição ou até mesmo o desenvolvimento de presentes. E a lei da ação e reação das forças de fim de ano leva ao ser humano, em maior ou menor intensidade, a índole de um Papai Noel.

Um comentário:

  1. (:

    [certeza q meu sorrisso ai vale mais q mil palavras q eu pudesse elaborar e escrever ^.~]

    Boas Festas!

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