sábado, 9 de abril de 2011

Freud Explica



O texto de hoje é sobre um de meus "velhinhos" favoritos: Sigmund Freud. Pouco sei sobre sua personalidade ou a forma como tratava seus semelhantes, mas admiro suas idéias sobre psicanálise e o comportamento humano.
Sigismund Scholmo Freud nasceu em seis de maio de 1856, em Freiberg, território austríaco na época e hoje pertencente à República Tcheca. Sua mãe foi a terceira esposa de seu pai e Freud tinha nove irmãos, sendo ele o primogênito do terceiro casamento. O casal tinha origem judaica e a família viveu em Leopoldstadt, bairro judeu vienense.
Ao ingressar na faculdade de medicina da Universidade de Viena, dedicou-se à pesquisa, especialmente em anatomia e histologia do cérebro humano.
Em 1877, mudou seu nome para Sigmund Freud. Dois anos depois, prestou serviço militar obrigatório e começou a fumar. Em 1881, graduou-se em medicina. Passou a trabalhar no Hospital Geral de Viena, onde investigou efeitos terapêuticos da cocaína, que naquele período era uma droga relativamente desconhecida. Posteriormente trabalhou em Paris com o psiquiatra Jean-Martin Charco, que estudava efeitos da hipnose no tratamento de pacientes com histeria.
Freud casou-se em 1886, ano em que foi publicado "Estranho Caso de Dr. Jekyll e Sr. Hyde", do escocês Robert Louis Stevenson, cujas idéias assemelhavam-se aos padrões de consciente e inconsciente que Freud formularia pouco tempo depois.




Sigmund e sua esposa tiveram seis filhos. Anos depois, a filha mais nova do casal também se dedicaria à psiquiatria.
Ao publicar "Estudos Sobre a Histeria", usou pela primeira vez o termo "psicanálise", que foi definido por uma de suas pacientes como "cura pela fala". O médico observou o alívio de sintomas quando pensamentos mórbidos a eles associados eram relatados pelos pacientes em análises.


Evolução


Em 1897, Freud criou o termo "complexo de Édipo", definido como amor ao genitor do sexo oposto e ódio ao genitor de mesmo sexo. Dois anos depois, publicou "A Interpretação dos Sonhos". Em 1902, formou-se a Sociedade Psicanalítica, composta por intelectuais judeus. Três anos depois, em Três Ensaios de Sexualidade, teorizou sobre a sexualidade infantil (acreditava-se até o momento que as crianças não apresentavam sexualidade) e os três estágios de desenvolvimento da sexualidade humana.



O primeiro "não-judeu" a ser admitido no grupo foi o protestante Carl Gustav Jung, que junto a Adler, tornaria dissidente de algumas das idéias de Freud.

terça-feira, 5 de abril de 2011

A Corrente do Riso

Há anos vi o filme Patch Adams (O Amor é Contagioso), hoje li o livro. Com prefácio de Robin Williams, texto de Patch Adams e ilustrações do cartunista Jerry Van Amerongen, a obra é um convite à mudança de atitude e à idéia de que o mundo pode melhorar, ainda que poucas pessoas estejam dispostas a contribuir. "Gentileza gera gentileza" é um dos lemas do autor e através dela e da disseminação do bom humor, poderíamos evitar depressão, estresse e boa parte dos males físicos que acometem os seres humanos.



A medicina contemporânea já não ignora a interferência de circunstâncias psicológicas na saúde (física) dos indivíduos. Segundo Patch Adams, alguns profissionais da saúde e membros da indústria farmacêutica preferem tratar de doenças apenas com o uso daquilo que pode ser cobrado ou vendido. Não seria interessante evitar medicamentos que geram lucros a seus produtores. A cultura do pensamento positivo e do otimismo poderia reduzir o número de exames e consultas, que são fonte de poder e capital. O autor critica o sistema de saúde, mas exalta a proatividade e a criatividade como soluções para muitos problemas.

Com sua experiência de "um quarto de século" atuando como médico, Patch Adams aponta a solidão dos pacientes como a principal causa de seu sofrimento enquanto estão em tratamento. É fundamental para a recuperação e o bem estar dos pacientes que família, amigos e pessoas com quem tenham afinidade se façam presentes. Visitas têm grande impacto na auto-estima dos que estão doentes, livrando-os do tédio, da solidão e do pessimismo, ainda que o efeito dure somente o tempo de visita.



Na ausência de pessoas conhecidas ou de maior tempo de convivência com o indivíduo internado, pode-se recorrer às visitas de desconhecidos. O doutor afirma que visitar desconhecidos pode ser uma atividade prazerosa e levar conforto e felicidade tanto ao visitante quando ao paciente. Idosos tendem a ser isolados e a ter menos proximidade com a família, mesmo tendo a mesma necessidade de afeto e de socialização.



Crianças em geral sentem-se desconfortáveis pelo ambiente estranho àquele aos quais estão acostumadas e pela falta de seus amigos, familiares e brincadeiras cotidianas. É importante que brinquedos (de preferência, alguns daqueles que a criança mais gostava quando estava em casa) e atividades de entretenimento possam fazer parte da estadia de crianças no hospital.
No caso de idosos e adolescentes, o visitante deve ter paciência para ouvir e conversar, evitando levar problemas ao paciente. A melhor atitude é a de deixar esperança e otimismo àquele que foi visitado.




E quem é Patch Adams? (Biografia adaptada de http://www.patchadams.org/ , site de seu instituto)

Hunter Doherty Adams nasceu em 1945, membro da geração "Baby Boom", a "geração alternativa", da qual surgiram hippies e outros indivíduos de ideologias marcantes. Filho de uma professora e de um militar, foi criado nos "moldes militares", apesar de sua sensibilidade e personalidade alegre e divertida. Era fã de ciência, matemática, gatos e brincadeiras engraçadas.
Seu pai morreu na Coréia, na guerra, e a família voltou para a Virgínia. Patch tornou-se um adolescente frustrado com um mundo no qual disputas de poder e injustiça sobrepunham-se ao amor e à compaixão. Após três tentativas de suicídio, Patch foi internado em um hospital psiquiátrico. O início do filme Patch Adams retrata esse período.
No hospital, recebendo a visita de amigos e familiares, Patch decidiu que a melhor forma de responder à insensibilidade do mundo não seria deixar de fazer parte dele. Ele decidiu atuar na medicina e nunca mais ter "outro dia ruim".


O bigodinho ao estilo Salvador Dali já indicava uma mente à frente de seu tempo...


Após sua formatura em medicina, Patch e vinte amigos, incluindo três doutores, iniciaram , em 1973, o Gesundheit Institute (em alemão, Gesundheit significa "saúde" ou "boa saúde"). Era uma casa de seis quartos, que funcionava como hospital gratuito vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana. O atendimento era feito em qualquer situação médica, "de nascimento à morte". A cada mês, de quinhentas a mil pessoas eram atendidas no Gesundheit Institute, que recebia entre cinco e cinqüenta acompanhantes a cada noite. Em menos de doze anos de existência, ao menos quinze mil pessoas passaram pelo hospital. O instituto promovia dança, jardinagem, bom humor e brincadeiras, aliadas à prática médica. É o primeiro "hospital divertido" do mundo.

Para saber mais sobre o Gesundheit Institute, visite http://www.patchadams.org/




Exportação da idéia: Os Doutores da Alegria



O movimento surgiu com o palhaço norte-americano Michael Christensen, diretor do Big Apple Circus, em Nova Iorque. Em 1986, após uma apresentação em um hospital na mesma cidade, Michael pediu para visitar os pacientes internados, que não puderam participar do evento. Na nova apresentação, substituiu as cenas de internação por outras mais alegres e engraçadas. Desse ato, surgiu o embrião do que mais tarde seria denominado Clow Care Unit (marca registrada, que pode ser traduzida como "Unidade dos Palhaços Cuidadores"), grupo de palhaços especializados em trabalhar com crianças em hospitais.

Doze anos depois, Wellington Nogueira juntou-se à trupe, e ao voltar ao Brasil, em 1991, quis tentar algo parecido. Ex-colegas levavam o projeto à França (Le Rire Medecin, ou "A Medicina do Riso") e à Alemanha (Die Klown Doktoren, ou "Os Palhaços Doutores"). Em setembro do mesmo ano, os Doutores da Alegria iniciaram suas atividades no Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (atual Hospital da Criança), em São Paulo.



A organização, sem fins lucrativos, faz aproximadamente setenta e cinco mil visitas por ano, a crianças internadas em São Paulo, Recife, Belo Horizonte e no Rio de Janeiro.



Para conhecer melhor os Doutores da Alegria, acesse: http://www.doutoresdaalegria.org.br/



O amor é mesmo contagioso e eu me apaixonei pela idéia.