sábado, 24 de dezembro de 2011

Animado Natal

"Então é Natal"... E se trocarmos a música? Prefiro o rock às versões em cavaquinho ou a voz da Simone (já gostei, mas ouvi até enjoar).



"Presentes":

Jingle Bell rock, com Skid Row;
http://www.youtube.com/watch?v=hQjINiDA1n0

Santa Claus is comming to town, por Alice Cooper;
http://www.youtube.com/watch?v=In3sApWlY1s

Ramones retratam festinha de Natal;
http://www.youtube.com/watch?v=4Y5GtaTrPHM&feature=related




Para os fãs de música eletrônica: Jingle Bell remixada;
http://www.youtube.com/watch?v=HXyWZq70_CU&feature=related

Jingle Bell por Basshunter.
http://www.youtube.com/watch?v=fEyV_GfRVuw&feature=related

Uma ótima noite a todos! Que o ritual seja cumprido em harmonia e, se possível, com inovações! Troque presentes, abraços, cartões... palavras! Expresse os melhores sentimentos pelos demais. Que a gratidão se faça presente e a árvore de plástico renda bons frutos!

Que tal fazer uma doação e tornar mais feliz o Natal alheio? Doe um comentário na caixa de texto abaixo! Obrigada.

A todos, um feliz e animado Natal!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Hipervergonha



“Xingaria muito no twitter”, mas 140 caracteres seriam poucos para o que quero dizer. Fui hoje ao Big e comprei alguns livros. Alguns deles tinham aquela etiqueta em alto relevo, com um código de barras. Paguei, obviamente. Ao sair, os biombos apitaram. Todos que passavam ali perto pararam o que estavam fazendo e ficaram olhando. Voltei e falei com a moça do caixa. Resposta: “Ah, é assim mesmo, é normal. Acontece às vezes.” Fiquei p***, mas não quis “armar barraco”. Fui embora. Ao sair, passei novamente pelos biombos, que mais uma vez apitaram. Um casal ficou olhando para mim de modo mais “agressivo” que outras pessoas, na primeira vez em que as máquinas apitaram.

Creio que dificilmente alguém furtaria algo e passaria pelos biombos, sabendo que um alarme iria soar. É muito mais fácil passar “do lado”, apesar de ser um caminho menos espaçoso. Ou levantar os braços, para que o produto passe acima dos detectores. Passar pelas máquinas com o produto roubado seria muita falta de “noção”. Além disso, como qualquer equipamento, os detectores poderiam apresentar problemas em seu funcionamento. Mais um motivo para que as pessoas pelo menos disfarçassem quando estivessem me condenando.



Conclusão: quando for ao Big e comprar algo com a etiqueta em alto relevo, exija que ela seja removida no caixa. Um bom argumento? "ah, então eu nem vou pagar: quando eu sair vai apitar de qualquer jeito.. é melhor roubar que comprar."
E se você estiver no mercado e os detectores apitarem para alguém, não fique “encarando” a pessoa: talvez ela não esteja roubando.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Sinais de fumaça

Em resposta à tentativa de "compra" da terra ocupada por índios da tribo Suquamish, o chefe Seatle escreveu uma carta ao presidente Franklin Pierce. As palavras do chefe tribal ficaram famosas e a carta, redigida em 1854, foi considerada o primeiro documento ambiental.

Trechos: "... O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro - o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao mau cheiro. Mas se vendermos nossa terra ao homem branco, ele deve lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda vida que mantém."



Não sei se procede, pois apesar de descendente dos "homens vermelhos", pelos meus hábitos sou considerada "branca". Ainda assim, posso dizer que sinto o cheiro das cinzas que tornam a pele amarelada: cigarro. Sim, os índios eram conhecedores do tabaco, mas este fazia parte de rituais e não era consumido "o tempo todo". Além disso, não era misturado à nicotina e outras substâncias componentes do cigarro. Provavelmente Seatle concordaria que a fumaça em questão faz parte do "mau cheiro" que o homem branco ignora.

Festinhas de fim de ano, viagens em transporte coletivo e a ocupação de áreas “improdutivas” (destinadas especialmente ao ócio) estão por vir e o presente texto não se trata de mais palavras de esperança e nostalgia associadas ao fim do ano: As linhas a seguir trazem palavras contundentes, sem ternura, numa crítica ácida aos “sinais de fumaça”. Portanto, para garantir o bom humor no resto do dia, pare por aqui! Peço desculpas aos que prosseguirem a leitura e se sentirem agredidos, mas veio a mim um impulso de tratar do tema e talvez mais pessoas tenham o mesmo protesto a fazer.

A decisão de iniciar gradativamente a própria cremação, carbonizando principalmente as vias aéreas, cabe a cada um. Mas vale lembrar que não são só familiares e amigos que lamentam as conseqüências: além dos gastos na área da saúde, pagos inclusive com impostos dos não fumantes, aqueles que convivem (ainda que raramente) com a fumaça, o mau hálito e o odor (agravados quando são consumidos os cigarros “pirateados”) são demasiadamente incomodados.

Viagens de ônibus, por muitas horas, não são das mais confortáveis (exceto em leitos). Certamente pioram se o cheiro de quem está próximo for muito forte. Claro, há fedores e fedores, mas trataremos apenas dos de cigarro. Um de marca conhecidíssima, no “sabor” tarja vermelha, é dito até por amigos fumantes que “fede horrores”. Concordo, mas seria injusto não citar concorrentes à altura (em minha opinião, até mais “socialmente venenosos”): os falsificados, cujo odor chega a causar náuseas. Não é exagero: já viajei por mais de sete horas ao lado de alguém que havia fumado, em seqüência, alguns destes. Foi revoltante e desesperador. Porém, lembrando um princípio de educação e empatia, de modo algum trataria mal a pessoa ao meu lado. Guardei para mim o desconforto daquela ocasião e tentei não ser muito lacônica ao ouvir suas histórias, embora uma reflexão não pudesse deixar de ocorrer: eu estaria mais feliz se existissem lugares reservados aos fumantes nos ônibus, mesmo com a proibição de fumar em seu interior. Assim, a respiração fluiria naturalmente, sem se tornar motivo de estresse.

Praias são ambientes de descanso e diversão, o refúgio após exaustivos meses de trabalho ou estudos. Todos merecem aproveitá-la da melhor forma e entendo que os fumantes tenham o desejo de fumar na praia. Mas é muito desagradável quando, após peregrinar para encontrar um espaço livre para guarda-sol e cadeiras, você se instala e alguém nas proximidades, logo depois, acende um cigarro e o vento leva a fumaça até você. Simultaneamente ao consolo de que o cigarro da pessoa já está no fim, vem à mente o padrão de consumo de cigarros: dificilmente alguém fuma só um cigarro durante um período na praia e por todo o tempo em que cigarros forem acesos, o vento provavelmente não mudará de direção. É realmente irritante, pois ao contrário de um lugar público em que você possa se afastar ou trocar de mesa, a praia tem altíssima densidade demográfica e pouco território disponível para migrações. Além disso, um novo esforço para se fixar o guarda-sol na areia seria feito e não há garantia alguma de que o novo lugar estará livre da fumaça.



Já dizia o pai do cineasta André Abujamra: “ a vida é sua, estrague-a como quiser”. Contudo, afetamos sutilmente a vida alheia a cada escolha que fazemos. Não cabe a mim questionar os motivos que levaram qualquer indivíduo a começar a fumar ou julgar os que não pararam de fumar. Da mesma forma que não fumantes não querem “sua praia invadida”, os fumantes às vezes querem apenas o direito de manter um hábito “em paz”. Cabe a cada ser vivo determinar as concessões que fará para conviver sociedade, mas cada um é dono da própria saúde e não é justo prejudicar os demais por nossos hábitos. Portanto, ao acender um cigarro, lembre-se de há mais seres vivos para inalar a fumaça ao redor.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Liberdade Engarrafada

O recipiente é minuciosamente moldado para que o conteúdo seja mais atraente, um rótulo que descreve a composição das substâncias sem mencionar as conseqüências de sua ingestão. Ao contrário da exigência aos fabricantes de cigarros, dos alertas na embalagem, a indústria da bebida só precisa acrescentar o “beba com moderação”, ao fim de seus anúncios.

O etanol (álcool usado em bebidas) é considerado uma droga lícita, associada à alegria e comemorações (assim como as ilícitas, para os usuários). Seduz por sua publicidade e por ser consumido por boa parte da população. Os rituais de iniciação e “passagem para a vida ‘adulta’” normalmente ocorrem na adolescência e quem não aderir pode sentir-se excluído. Se a descoberta não acontecer nesse período, provavelmente surgirá com a entrada na faculdade, em que é comum jovens saírem de casa e gozarem de mais liberdade para experimentar novas sensações. A ansiedade por aceitação do grupo de convívio não é menor: longe da família e dos amigos, é preciso suprir a necessidade de afeto com pessoas antes desconhecidas.

Aos mais “carentes”, pode ser difícil negar a participação em certas “brincadeiras” ou manter-se inibido em festas, diante da vontade de dançar ou aproximar-se de um candidato (ou candidata) a um relacionamento amoroso.
Creio que à maioria beber não é grande problema: socialmente, entre amigos, as conseqüências mais comuns são ressaca, vômitos e relatos que farão parte do anedotário da turma. Pode haver algum efeito mais grave, como um coma alcoólico, uma briga violenta ou acidente de trânsito. Nesses casos, um deslize momentâneo pode trazer efeitos irreversíveis e sofrimento, inclusive às famílias dos envolvidos. Porém, apesar de não ser inteligente “dar chance ao azar”, conhecer novas sensações e testar os próprios limites faz parte do amadurecimento. Mas ainda que o acaso não faça vítimas instantâneas, existem indivíduos mais sensíveis à ingestão do álcool etílico, passíveis de desenvolver doenças como a cirrose hepática ou a dependência.

Alguém fantástico que se perdeu:
http://www.goal.com/br/news/619/especiais/2011/12/04/2787649/nunca-haver%C3%A1-igual-a-trajet%C3%B3ria-do-doutor-s%C3%B3crates-1954-2011

O composto engarrafado cria a ilusão de que não há limites para as vontades humanas. O mundo se torna mais bonito e atraente, a vida faz mais sentido naquelas horas em que mergulha na “felicidade”. Alguns nem se lembram do que viveram inebriados. A dependência é expressa tanto em manifestações corpóreas quanto na depressão ao “acordar do transe”. Frágeis como um copo de vidro tornam-se a auto-estima e as relações sociais dos dependentes. Aos fortes, vem a disposição para emergir do álcool e deixar de castigar o próprio corpo e as pessoas com quem convivem.

Estes passam a combater os desejos mais ardentes de voltar ao universo dos sonhos, para não comprometer a própria realidade. Ignorar os persistentes comerciais de cerveja e seu incentivo ao consumo excessivo do produto, além de sua proteção (se necessário) com a própria vida, ao salvá-lo de tubarões e desastres naturais.

Cerveja e terremoto
http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&NR=1&v=wD6-QeagcAE

Aliás, aquele da Skol, do pára-quedas, é plágio da Budweiser:
http://www.youtube.com/watch?v=TdTeBwtUmkI


Enfrentam a publicidade de uísque e outras bebidas, além das implicações sociais de não tomar vinho ou champanhe (especialmente nas festas de fim de ano). Convivem com preconceito, privações e a batalha de reconstituição das relações sociais assoladas pelo alcoolismo. Nada mais justo que lembrá-los, ao menos um dia no ano: Nove de dezembro, dia do alcoólico recuperado.

Drinks sem álcool: http://www.youtube.com/watch?v=D3kotColQhw&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=eZaogIWhW4o&feature=related