sexta-feira, 20 de maio de 2011

Baratas



Eis que, procurando imagens de baratas, encontrei as imagens acima. Mas não é do adjetivo "barata" ou "barato" e assuntos relacionados que o post se trata (Aliás, surgiu uma curiosidade sobre a origem da expressão). O texto é dedicado àquelas que (infelizmente) conosco dividem a intimidade do lar, sem contribuir com o aluguel ou com tarefas domésticas, e que teoricamente são capazes de sobreviver à ação de bombas nucleares: baratas.

Surgiram há aproximadamente 300 milhões de anos. Preferem lugares quentes e úmidos. As urbanas constituem o maior grupo e são de hábitos noturnos. Podem sobreviver a três sem água e dois meses sem comida. Além dos humanos, têm como inimigos lagartixas e aranhas, além de serem sensíveis à ação de alguns microorganismos. Participam da cadeia alimentar como saprófagos e podem ter simbiose com bactérias ou protozoários. Algumas são capazes de se alimentar de celulose.


Medo e fobia



Apesar de estar até em letra de música infantil (La Cucaracha), sua presença é no mínimo indesejável e comumente causa apreensão. Catsaridafobia ("Katsaridafobia") é a fobia relacionada às baratas, sendo uma das mais comuns no mundo, principalmente entre as mulheres: há de oito a nove mulheres catsaridafóbicas para cada homem com o mesmo problema. Nem sempre o medo corresponde à fobia: fobias são caracterizadas por ansiedade e interferência relevante na vida de um indivíduo, que busca ao máximo evitar situações em que possa se expor ao problema. É um "medo excessivo" e deve ser tratado com especialistas.

Talvez não tanto por medo, mas por nojo demonstrado pela maioria das pessoas (só as normais), há um segmento na prestação de serviços destinado ao combate das baratas. Segundo o "Banco de Idéias de Negócios", disponível no site do SEBRAE de Santa Catarina, a maior dificuldade na área é a concorrência e atualmente as "soluções" administradas pelos funcionários já não são tão tóxicas (ao homem) quanto as de antigamente. O investimento inicial é estimado em 27 mil reais e o faturamento mensal bruto em oito mil reais.

Além do arsenal fornecido às dedetizadoras, as indústrias oferecem ao consumidor produtos menos agressivos (teoricamente), disponíveis nas prateleiras, não só em forma de sprays. A criatividade trouxe ao mercado, além das clássicas armadilhas de canto (as pretas, de plástico, em formato triangular), casinhas (atire a primeira isca quem nunca teve vontade de comprar uma só para ver montada), adesivos e outras tecnologias.




Biodiversidade



Le Blatte

A barata francesa, também chamada de barata-loira, barata-alemã, baratinha e outros "apelidos", cujo nome científico é Blatella germanica, é oriunda da região oriental da África. Mede de dez a quinze milímetros e convive há muito tempo com o homem, sendo altamente resistente a diversos tipos de inseticida. É considerada a espécie mais difícil de ser controlada. As demais espécies mais comuns no ambiente urbano também são originárias da África (americana, oriental e de faixa marrom, presentes na imagem acima).

Arte



Além das simpáticas baratas artesanais acima (gringas, já que a imagem foi encontrada com o título de "cafard", um dos nomes franceses para a barata), baratas já foram devidamente "homenageadas" e citadas nas mais diversas manifestações da arte. Além da presença no cordel abaixo, há outra aparição desses seres na literatura brasileira:





Clarice Lispector, em seu conto "A Quinta História", comenta e ensina métodos para matar baratas. Um deles é baseado na ingestão de gesso, que o animal comeria, atraído por farinha e açúcar a ele misturados.

A música Bichos Escrotos, da banda de rock paulistana Titãs, foi um dos sucessos do grupo nos anos oitenta. Aparece em uma antiga coletânea da banda, além da curta participação no álbum acústico MTV.



Vale citar também a banda de rock catarinense "Baratas Albinas"...



E a norte-americana "Papa Roach" ("papai barata"), cujo primeiro álbum tem nome sugestivo: "Infest" ("infestar").



É dela também o CD em que há um bebê roqueiro (álbum Love Hate Trategy, de 2002)


Imitação do álbum "Ainda é só o Começo", lançado em 1995?



No cinema, além de participações notáveis em filmes de terror, baratas foram coadjuvantes na "comédia" "Joe e as Baratas", que chegou às vídeolocadoras brasileiras nos anos 90.






A relação entre baratas e alimentação humana não é restrita à sua invasão de cozinhas e a busca por alimentos humanos e seus restos. Apesar de causarem asco à maioria das pessoas (ocidentais), há aqueles que se mostram capazes de ingeri-las (voluntariamente). É o que ocorre em alguns territórios orientais e até mesmo em algumas competições e promoções realizadas nos Estados Unidos: a rede de parques temáticos Six Flags ofereceu vantagens aos clientes que comessem baratas Madagascar vivas, como a entrada gratuita. A organização People for the Ethical Treatment of Animals (PETA) recebeu denúncias e se opôs. Houve quem tentasse quebrar o recorde de ingestão de 36 baratas Madagascar em um minuto, marca de um cidadão inglês em 2001.

Proezas na vida real



Além de prolíficas e onívoras, sendo algumas capazes de voar, teoricamente sobrevivem à explosão nuclear, desde que estejam distantes do centro de ação da bomba (e assim menos expostas à radiação). Se estiverem próximas, o calor gerado na explosão impede sua sobrevivência. O corpo achatado e de dimensões reduzidas permite que elas protejam da radiação com maior facilidade. Mas há divergências e alguns acreditam que as baratas são mais suscetíveis à radiação que outros insetos. A "lenda" de que as baratas seriam capazes de sobreviver às explosões nucleares passou a ser disseminada após os eventos em Hiroshima e Nagasaki, em que baratas teriam sobrevivido.

Um comentário:

  1. Ola Elisa

    Obrigado pela citação feita acima a nos da Banda Baratas Albinas

    convidamos a seguir-nos no blog, e se quiser baixar nosso CD, esta disponivel para download la

    Abraco

    www.osbaratasalbinas.blogspot.com

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