domingo, 25 de setembro de 2011

O Bom e Velho Rock in Rio

Nasceu no Rio de Janeiro em 1985 e teve como berço a Cidade do Rock, construída em Jacarepaguá para receber o evento. O palco montado era o maior do mundo e a Cidade do Rock abrigava lojas e lanchonetes. Sua repercussão deve-se ao fato de que, antes de sua existência, grandes astros do rock internacional não costumavam vir à América do Sul. A ideia era permitir que o público latino pudesse ver de perto os ídolos e apreciar "o bom e velho rock n' roll". No festival, estiveram a australiana AC/DC, os ingleses de Iron Maiden , Queen , Whitesnake, Yes, Rod Stewart e Ozzy Osbourne. Da Alemanha, vieram os Scorpions e dos Estados Unidos, James Taylor. Os brasileiros participantes foram os cariocas do Barão Vermelho (ainda com Cazuza) e Os Paralamas do Sucesso, além de Ivan Lins e Pepeu Gomes.



Após o festival, o berço do "Woodstock carioca" foi demolido, por ordem do governador vigente, por motivo de reintegração de posse. A segunda edição aconteceu no Maracanã, há vinte anos. Entre artistas do exterior, predominaram os norte-americanos, com a presença de Guns n' Roses, Faith no More, Megadeth , Queensrÿche e a cantora Debbie Gibson. O rock inglês foi representado pelos grupos Judas Priest, Happy Mondays e os cantores Billy Idol e George Michael. Os noruegueses do A-ha e os brasileiros Pepeu Gomes, Moraes Moreira, Lobão somaram-se às bandas Engenheiros do Hawaii, Sepultura e Biquíni Cavadão. Naquela ocasião, a apresentação do New Kids on the Block causou polêmica entre os fãs do "rock de verdade".



Dez anos depois, a terceira gestação do Rock in Rio contou com a construção de uma nova Cidade do Rock, no mesmo espaço em que foi fundada a anterior. Adotou-se o slogan "por um mundo melhor" e surgiu a proposta de apresentações simultâneas, em ambientes distintos, nas tendas "Brasil" (para artistas nacionais), "Eletro" (com música eletrônica), "Raízes" (de música africana) e "Mundo Melhor" (de música internacional). Na abertura do festival houve três minutos de silêncio, representando um pedido de paz mundial. O evento tornou-se fonte de recursos para projetos educacionais da Unesco em comunidades cariocas, além de incentivos ao desenvolvimento de estratégias para a preservação ambiental.

Na terceira edição, a polêmica em relação aos convocados para tocar foi maior, pois integravam a lista Sandy & Júnior, Ivete Sangalo, Britney Spears e Carlinhos Brown (o qual foi alvo de vaias e garrafas d'água).



Este ano, a cantora baiana Claudia Leitte também não foi bem recebida pelos roqueiros. Vaias e gestos obscenos partiram da platéia quando a artista instigava o público a participar de uma coreografia. Talvez alguns perguntem-se: se não estão gostando, por que não se retiram do ambiente próximo ao palco? Simples: por se tratar de um festival, os shows ocorrem em seqüência e a "vaga" próxima ao palco deve ser guardada por quem desejar ver mais de perto o músico que se apresenta no show seguinte. Ausentar-se nas apresentações indesejadas pode ocasionar a perda de um lugar "precioso" para ver o ídolo. Para os menos resistentes, apresentações "desagradáveis" são úteis para ir ao banheiro (cuja fila dura quase um show inteiro) e aos locais de venda de alimentos.

Questiona-se nome do festival, que deveria ter apenas apresentações de rock. Sugere-se a criação de outros festivais, nos quais os músicos "não praticantes do rock" possam tocar. Mas apesar das discussões, a qualidade da performance de artistas consagrados é inegável. Impressionante como mesmo os mais velhinhos mantêm um padrão de agilidade e força na manipulação dos instrumentos musicais. Há artistas como o baixista Flea (da californiana Red Hot Chili Peppers), que além de executar com perfeição as músicas da banda, dançam vigorosamente no palco. Os bons shows com certeza justificam as horas de espera.



O Rock in Rio já ocorreu em Lisboa e na edição deste ano buscou-se um aumento da segurança para os participantes. A organização proibiu a entrada com caixas, isopores, capacetes, skate, patins, guarda-chuva, jornais ou revistas, bandeiras, faixas e bebidas alcoólicas. Não são permitidas câmeras fotográficas profissionais ou equipamentos de filmagem. Recomenda-se o porte de filtro solar, óculos escuros, boné e capa de chuva. Menores de catorze anos devem estar acompanhados dos pais ou responsáveis. Os portões ficam abertos das 14 às 4h e somente nesse período pode-se permanecer no local.

Para os que, como eu, não poderão desfrutar da música ao vivo, cabe assistir ao evento com mais segurança, no conforto do lar, via televisão ou internet (alguns sites realizam a transmissão em tempo real). E torcer não só por um mundo melhor, mas também pelo sucesso do evento e performances memoráveis.

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